Sala cheia, demasiado cheia, com sócios, jornalistas e dirigentes a escutar a apresentação do sucessor de Costinha. Falou o treinador e chegou Fernando Sequeira, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Paços de Ferreira.

Importava perceber o que resultara do pedido de demissão de Carlos Barbosa e as consequências imediatas para o pequeno clube nortenho. Fernando Sequeira disse ter recusado a saída do presidente, embora a mesma seja «irreversível» a curto/médio prazo.

Até à marcação de eleições, Carlos Barbosa fica no clube. As feridas abertas na segunda-feira, com vários associados a insultarem o dirigente e a incomodarem a sua família, tornaram a questão insanável.

A tudo isto, naturalmente, há que juntar a vertente desportiva da equação. Fernando Sequeira foi curto e claro: «Se o Paços descer, desaparece. Com os compromissos financeiros atuais, é impensável jogar na II Liga. Temos de ficar sempre, sempre na I Liga», exclamou o líder da AG.

«Quem está no Paços, paga para cá estar»

Perante algumas dezenas de sócios, Fernando Sequeira fez a defesa do homem que «paga para ser presidente do Paços» e «não ganha um tostão no clube».

«O que aconteceu na segunda-feira é demasiado mau. Isso não é o Paços. Temos de respeitar as pessoas que deixam a vida para gerir o clube. A época passada foi extraordinária, fantástica, e há uma obra a ser concluída», sublinhou Fernando Sequeira.

«Estamos a viver um momento complicado, ímpar na história do clube, motivado por acontecimentos graves. Quem está no Paços, paga para cá estar. O presidente continua em funções e iniciará um período de reflexão».

Fernando Sequeira lamentou também a expressão «ranhosos», utilizada por Carlos Barbosa para a definição de um grupo de associados.

«Percebemos que houve uma declaração a quente e infeliz do presidente, mas houve adeptos que se excederam nas críticas a treinador».