Tostão é uma das maiores glórias do futebol brasileiro. Artilheiro de primeira qualidade, foi campeão do Mundo em 1970, no México, e quatro anos antes estreou-se em mundiais com apenas 19 anos, no Inglaterra-66, de má memória para o escrete, mas onde o então jovem jogador ainda conseguiu marcar na derrota (1-3) com a Hungria, em Liverpool.
Em longa entrevista ao Futebol Brasil, Tostão desfiou memórias, traçou um retrato do momento atual do futebol brasileiro e falou de muito, muito mais.
Aos 65 anos, o antigo craque do Cruzeiro e do Vasco da Gama nas décadas de 60 e 70 continua a ser um espetador muito atento no futebol brasileiro, sul-americano, europeu e mundial.
Colunista do jornal «Folha de São Paulo», tem opiniões bem vincadas sobre os mais diversos aspetos do futebol de hoje.
«Joga-se um futebol cada vez mais duro e mais físico aqui no Brasil. Isso é errado e tem feito muito mal ao futebol brasileiro», começa por referir Tostão, na conversa com o Futebol Brasil.
«Temos neste momento um jogador de classe mundial, que é o Neymar, mas faltam outras super-estrelas. E tem a ver com isso. Não estamos a aproveitar devidamente os jogadores brasileiros», observa Tostão.
Nem o título mundial do Corinthians e a vitória do São Paulo na Copa Sul-Americana, duas conquistas internacionais obtidas neste mês de dezembro, alteram esta visão crítica: «Eram conquistas esperadas. A Sul-Americana é uma competição com clubes menores, não está valorizada. O São Paulo era o grande favorito. Quanto ao Corinthians, tem, na minha opinião, o conjunto mais «europeu» dos clubes brasileiros: tem um futebol muito organizado, muito tático. E teve a sorte de defrontar o Chelsea, que ainda há poucos meses apanhou 4-1 do Atlético de Madrid. Se formos ver, o Corinthians não tem um jogador de classe internacional, que entre na seleção brasileira por exemplo».
A seguir: até onde pode ir Neymar?; Lucas, a estrela que se segue; Mourinho visto por Tostão; a rivalidade Messi/Ronaldo.