O Benfica está nos 16avos de final da Taça de Portugal, mas sofreu e só garantiu essa fase da prova já no último minuto de jogo evitando assim o prolongamento. Um minuto oferecido pelo árbitro Hélder Malheiro, que deu mais seis para jogar na segunda parte quando o que se passou não pedia tanto.

O 1.º Dezembro, do Campeonato de Portugal, foi um adversário à altura e capaz de fazer frente a um Benfica de segunda linha que Rui Vitória escolheu para a terceira eliminatória da prova rainha do futebol português.

Muitas mudanças do técnico encarnado com destaque para a estreia de Eliseu esta época, para a primeira vez de Danilo com a camisola do Benfica e para as titularidades de Zivkovic e José Gomes.

Por sua vez, Hugo Martins escolheu um onze mais comum e super-motivado para encarar o tricampeão nacional no Estoril, no Estádio António Coimbra da Mota alugado para esta ocasião e que vibrou do início ao fim do encontro.

OS DESTAQUES DO 1.º DEZEMBRO-BENFICA

Já dentro de campo, as vibrações era muito mais baixas. Ainda assim, com a surpresa do 1.º Dezembro, ainda que com menos bola, ir chegando por diversas vezes à área do Benfica. Por isso, foi também logo aos nove minutos que Gonçalo Maria deixou o primeiro aviso e fez o primeiro remate do jogo. Saiu ao lado.

O Benfica não entrou bem, mas foi melhorando só que as investidas esbarravam na defesa contrária e sobretudo no central Leonardo que resolveu a maior parte dos lances. Uma ou outra oportunidade na primeira metade com destaque para um cabeceamento de José Gomes, que saiu ao lado, e para o remate mais disparatado do jogo por Carrillo aos 43.

0-0 no marcador ao intervalo e só mais 45 minutos para jogar. O jogo não estava fácil para o Benfica, Rui Vitória não gostava do que via e por isso deixou logo Carrillo no balneário. Fez entrar Gonçalo Guedes, mudou a estratégia e com isso o Benfica superiorizou-se em mais partes do terreno.

Assim, ao fim de cinco minutos, finalmente o golo, mas na sequência de uma bola parada. Eliseu no chão, livre na esquerda e defesa incompleta de João Manuel. O esférico chegou facilmente a Lisandro Lopez que conseguiu depois desmarcar Danilo. O médio recebeu sem oposição, mas na área levou a defesa contrária pela frente e atirou certeiro para o 0-1 na estreia.

Ânimo no Benfica, mas nenhum desânimo no 1.º Dezembro que procurou incansavelmente o empate. A equipa de Hugo Martins ia criando oportunidades e, aos 62 minutos, num atraso de Celis para Ederson, o guarda-redes travou Abdoulaye em falta.

Penálti a favor da equipa da «casa» e Martim Águas, o jogador do 1.º Dezembro certamente com mais Benfica no sangue, não desperdiçou: 1-1 e meia hora para jogar. 

O JOGO, AO MINUTO

Oportunidades de parte a parte com a bola a poder entrar em qualquer uma das balizas. João Manuel sabia disso e ganhou fôlego para o que faltava. Duas belas defesas seguidas nos remates de Gonçalo Guedes e Lisandro Lopez, aos 84 minutos, a fazer prolongar o empate.

Rui Vitória, em jeito de aflito e à procura de evitar uma desgraça, fez então entrar Mitroglou, mas o grego não conseguiu resolver em cinco minutos.  Por isso, já cheirava a prolongamento, mas o árbitro deu seis minutos.

O Benfica, mais habituado à pressão, insistia mais e numa sequência de oportunidades, ganhou um canto. Bola na área e Luisão saltou mais alto do que a defesa do 1.º Dezembro, metendo a bola dentro da baliza. 1-2 para a formação encarnada e o 1.º Dezembro a acordar do sonho quando parecia que ainda podia sonhar mais meia-hora.

Ainda assim, não se pode chamar de pesadelo. O 1.º Dezembro lutou, fez o Benfica sofrer e merecia de facto o prolongamento. Não o teve, mas caiu de pé e pode orgulhar-se do jogo que fez, sem medos, frente a uma equipa com mais recursos e muito superior.