Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois do triunfo sobre o Vitória de Guimarães (3-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 30.ª jornada da Liga:

O que gostou mais do jogo desta noite? Apoio dos adeptos desde a chegada do autocarro?

- Do jogo gostei de muitas coisas, acima de tudo da capacidade de não deixarmos o Vitória criar perigo, o que poderia criar alguma ansiedade na equipa. Quisemos tanto jogar pela certa que demorámos a entrar no jogo, mas fomos sempre a equipa mais perto do golo. Conseguimos marcar e perto do intervalo marcámos outro. Na segunda parte fizemos o terceiro, o Vitória tentou pressionar-nos mais alto, mas não conseguiu. Foi isso que gostei, da competência, da intensidade e também do apoio do público. Ainda faltam duas vitórias, mas desde que saímos de Alcochete em todas a rotundas havia gente a apoiar-nos. Está tudo bem, tudo muito forte, mas ainda conseguimos fazer melhor.

Vai manter o mesmo discurso? O Sporting ainda pode perder o título? Quer ser campeão já no Dragão?

- É onde tiver de ser, seja no hotel, seja onde for. Vou continuar com o mesmo discurso, sei que é senso comum, mas ainda é possível perdermos. Ser campeão no Dragão ou noutro sitio, é igual, mas quando chegamos aqui há quatro anos vivemos uma situação igual, mas ao contrário. Quatro anos depois estamos numa situação completamente diferente, para melhor.

Qual o cenário que menos lhe agrada para ser campeão? Quer que seja o mais cedo possível?

- É o mais cedo possível, sei que tudo conta para os adeptos. Para mim é o mais rápido possível, se pudesse ser amanhã…diria que toda a gente tem a sua opinião, mas só quando formos campeões é que pensarei nisso.

Na época do primeiro título, evitou assumir a candidatura, preferiu falar «jogo a jogo». Este ano assumiu desde logo a candidatura. Em que é que isso afetou a forma de jogar da equipa?

- O contexto é completamente diferente. No primeiro título também vínhamos de um quarto lugar, mas fizemos uma remodelação com miúdos que vieram da formação. A nossa ideia é que quando se ganha tudo se esquece. O ano passado tivemos um quarto lugar diferente, vínhamos de uma sequência em que tínhamos sido campeões, depois vice-campeões e depois um quarto lugar e já tínhamos sido afastados da Taça. Mudei porque senti a equipa mais forte e o contexto pedia uma mensagem diferente. Acho que os jogadores sentiram, mas estavam preparados para isso. No primeiro ano, quando criámos uma vantagem de dez pontos, o discurso para dentro também era que íamos ser campeões. Esta equipa foi muito mais consistente do que a outra equipa foi na parte final da época.

Os adeptos voltaram a pedir a continuidade do treinador. Conseguiu mudar o paradigma do clube?

- Primeiro vamos fechar o campeonato, depois pensamos nisso. O meu contrato não mudou nada. Mudar o paradigma é uma coisa muito mais longa na história, agora que isto é muito importante, é. Ganhar mais um campeonato era crucial. Nada mudou, vou estar cá para a semana. Sou treinador do Sporting e tenho contrato.