Claro que depois de bater Benfica e FC Porto nesta primeira volta, o Sporting terá ficado mais perto do título.

Até iria mais longe. Neste momento, sem outros dados que possam ser acrescentados pelo mercado ou por mudanças estruturais, Jesus tem de sentir que tem o título bem encaminhado.

Se não ainda o título, Jesus sentirá talvez que tem por enquanto os treinadores rivais no bolso.

O Sporting foi em todos os embates superior aos outros candidatos, mantendo-se o treinador fiel às suas ideias de organização e dinâmica que tão bons frutos deram no passado.

Jesus foi superior a Rui Vitória e Julen Lopetegui nos primeiros rounds. Sem dúvida.

Partiu na frente, acho. Tinha um modelo de jogo comprovado, e uma convicção inabalável. Algo que pelo menos na primeira parte da equação os adversários não possuíam. Vitória ainda não tinha pegado num grande, Lopetegui nem sequer tinha trabalhado num clube antes de entrar pela porta grande no Dragão.

Tinha um plantel menos ambicioso, e arriscou sim na mudança. Mas por ser ele mesmo (e pela forma como os rivais reagiriam nas suas escolhas ou na manutenção das anteriores) ficou de imediato com boas probabilidades de sucesso.

No entanto, a superioridade em relação aos outros candidatos vale apenas dois pontos de avanço para o FC Porto e quatro para o Benfica. Uma vitória para um, uma vitória e um empate para outro. Por culpa, nos jogos mais recentes, da inesperada derrota na Madeira.

No calendário, algures entre os papéis de Jesus, estarão sublinhados desde já alguns jogos com sinal vermelho. Desde já o Bonfim, depois Sp. Braga em casa, as visitas à Choupana e a Guimarães e, bem destacados, a receção ao Benfica, e duas saídas a fechar, na antepenúltima e última ronda, ao Dragão e à Pedreira.

Será nos jogos de aparente menor intensidade que estará o maior risco. 

Longe de estar decidido, claro. Mas, para já, são os outros que terão de crescer para apanhar o leão. O que têm feito não chega.

LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».