27 de Setembro de 2008. Esta é uma data que os adeptos e jogadores do Salgueiros não irão facilmente esquecer. Após uma longa travessia no deserto, em que apenas as camadas jovens subsistiram, o Salgueiros voltou a ter uma equipa sénior. O Parque de Jogos do Senhora da Hora, casa emprestada do novo Salgueiros, encheu para assistir à estreia de um dos históricos do futebol português, agora a jogar na Segunda Divisão Distrital da Associação de Futebol do Porto.
O vermelho era a cor predominante nas bancadas, que ainda antes do início do jogo encheram para dar as boas-vindas ao Salgueiros. A velhinha claque Alma Salgueirista não deixou de marcar presença e de apoiar a sua equipa de prícipio ao fim do jogo. Alguma ansiedade, mas sobretudo a ambição em vencer, marcavam o espiríto dos jogadores e adeptos salgueiristas.
A primeira emoção para os adeptos do Salgueiros chegou ao som do hino do clube. Muitas pessoas apaludiram e algumas acompanharam a música. Curioso notar que não só adeptos com alguma idade, dos tempos em que o Salgueiros militava entre os grandes do futebol português, mas também jovens, fizeram questão de marcar presença no primeiro jogo do emblema de Paranhos. A presença de antigas glórias do clube como o treinador Pedro Reis, Vinha, Cao ou Renato também terão contribuído para a grande afluência de público. É caso para dizer que a mística salgueirista perdura.
Regresso com o pé esquerdo
Marcado para as 17h00, o jogo começou com quinze minutos de atraso. O Paradela foi o anfitrião do Salgueiros, mas não veio disposto a participar na festa. O Salgueiros, com Renato e Heitor (membros da antiga geração) a titulares, entrou mais forte e conseguiu remeter o Paradela para o seu reduto defensivo, no entanto, após uma falha defensiva, o Paradela conseguiu chegar ao golo através da transformação de uma grande penalidade.
Após o golo, o Salgueiros continuou a pressionar o adversário, criando boas oportunidades para finalizar, mas sempre sem conseguir marcar. O Paradela, a jogar à defesa, ia criando algum perigo nas poucas oportunidades que teve.
Só com um penalty é que o Salgueiros conseguiu chegar ao empate. Entrado ao intervalo, o veterano Fernando Almeida foi o autor do golo. O Salgueiros parecia lançado para dar a cambalhota no marcador, pois dois minutos depois do golo podia ter voltado a marcar. Mas foi sol de pouca dura. Rapidamente o jogo voltou à monotonia característica.
Quando já se acreditava que o empate seria o resultado final, o Paradela, em nova jogada de contra-ataque e com 10 jogadores apenas, fez o segundo golo e gelou o as bancadas.
Mas mais relevante do que a derrota, foi mesmo o regresso do velho Salgueiral à competição. Para a história, o Maisfutebol deixa-lhe os nomes dos jogadores que deram início a esta nova era do antigo Sport Comércio e Salgueiros: Igor; Passos, Renato, Eládio (capitão), Rocha, Monteiro, Carvalho, Varziela, Heitor, J.A. e Pedro Teixeira. No banco de suplentes estiveram Pedro, Almeida, Fábio, Cao, Mário, Fernando Almeida e Vitinha.
Fénix como emblema
Dívidas ao Fisco no valor de 15 milhões de euros, remeteram o clube portuense para a Segunda Divisão Distrital da Associação de Futebol do Porto. Para além disso, a equipa sénior que agora começa, terá o nome de Sport Clube Salgueiros 08, pelo menos até que a antiga designação, Sport Comércio e Salgueiros, consiga sanar a sua situação financeira e volte a inscrever jogadores.
Também o emblema estampado nas camisolas do Salgueiros mudou. Os salgueiristas usam agora uma Fénix, símbolo do renascimento. O emblema assenta que nem uma luva à instituição, pois tal como a Fénix, o Salgueiros espera renascer das cinzas alcançando os campeonatos nacionais a médio prazo.