O judoca João Pina, que não foi além do 11º lugar na categoria de -73 quilos, nos Jogos Olímpicos de Pequim, acredita que muitos países asiáticos não estão interessados em levar os melhores atletas às grandes provas internacionais «com medo de serem controlados por doping».
Esta é a explicação encontrada pelo atleta para o facto de muitos dos asiáticos serem desconhecidos no meio: «Muitas vezes esses países não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping. Vemos evoluções brutais (em atletas) e a nível de força ainda se nota mais. Por isso se calhar até é essa a razão.»
No entanto, João Pina aponta que na Ásia «os países investem muito na preparação dos seus atletas», daí também surgirem bons resultados.
A arbitragem tem sido criticada pelos atletas e treinadores portugueses, que se queixam de serem aplicados critérios díspares. João Pina deixa a ideia de que poderá existir alguma desigualdade: «Quando em certos cargos estão pessoas da nacionalidade do atleta com quem estamos a lutar, os árbitros, às vezes, sentem-se um bocado pressionados e isso, talvez, possa acontecer um bocado aqui no judo.»
«Às vezes há arbitragens tendenciosas»
Embora considere que poderá ter sido prejudicado na forma como perdeu com o japonês Yusuke Kanamaru, João Pina não se desculpa com a arbitragem. «Não posso olhar para isso, mas para erros que cometi», referiu, acrescentando: «Às vezes há umas arbitragens mais tendenciosas e no judo dá para puxar mais para um lado sem dar nas vistas. Neste último combate as coisas podiam ter ficado empatadas. Acho que o «koka», a nove segundos do fim, não foi justificado. Tentei projectá-lo. Ele, quase no chão, não faz nada... Vai haver inúmeros casos assim e não gosto de justificar que perdi por causa disso. Já em Atenas2004 houve uma situação duvidosa, mas pronto¿»