Cheira cada vez mais a Mundial e depois da seleção da casa chegou ao Brasil a primeira equipa estrangeira. Após uma longa viagem com paragem no Chile os australianos aterraram em Curitiba. Mas foi um dia com casos em duas seleções africanas e uma enorme baixa num dos crónicos candidatos ao título.

Depois de perder Kevin Strootman, Louis van Gaal soube esta quarta-feira que não vai poder contar com Van der Vaart, que viu confirmada a lesão muscular na coxa direita durante os treinos que decorrem no Algarve. É a segunda baixa na seleção holandesa para o Mundial.

O experiente médio do Hamburgo disputava um lugar no onze com Wesley Sneijder e Georginio Wijnaldum, não se sabendo ainda se vai ser convocado outro atleta para o substituir. Depois de ter sido vice-campeão no último Mundial, Van der Vaart vai falhar a oportunidade de disputar o terceiro mundial, dado que também esteve no Alemanha 2006, onde foi eliminado nos oitavos-de-final por Portugal.



Sem problemas físicos, mas com enorme instabilidade vivem as seleções africanas dos Camarões e da Nigéria.

Esta última viu-se envolvida em acusações de combinação de resultados antes do jogo amigável com a Escócia, que decorreu esta quarta-feira em Londres. Ainda antes do encontro realizar-se soube-se que a Agência Nacional Anti-Crime pretendia investigar este desafio depois de uma denúncia de resultado combinado, que envolve o mercado de apostas asiático, e de muitas jogadas estranhas ao longo do encontro. Os africanos estiveram por duas vezes a perder em Craven Cottage, depois de dois golos estranhos apontados pelos escoceses. O resultado final foi 2-2.

A FIFA e a federação escocesa já estavam alerta e depois de lances como estes advinham-se mais desenvolvimentos nos próximos dias.




O problema vivido nos Camarões tem contornos diferentes. Nos últimos dias foi anunciada uma greve dos jogadores, que reclamavam melhores prémios de jogo, o que obrigou Samuel Eto’o a explicar-se numa entrevista ao jornal «Le Jour», admitindo que existe uma divergência com a federação.

«Infelizmente não sabemos o destino dos recursos que são utilizados pelos líderes nos seus tempos livres. Queremos saber o que aconteceu aos 500 mil euros que a Puma pagou, para já não falar no dinheiro pago pelos patrocinadores locais», disse o avançado, desconhecendo qual o prémio por jogador atribuído pela FIFA.
Ainda assim, garante que não é o dinheiro que move os jogadores. «Neste momento estamos até pensar doar grande parte do prémio a instituições de caridade. Estamos preocupados com o comportamento dos dirigentes da federação que administram os dinheiros do nosso futebol», esclareceu, acrescentando que a comitiva que vai estar no Brasil é excessivamente numerosa devido ao número de convidados da federação:

«Se os dirigentes têm autorização para levarem as suas famílias, namoradas, motoristas e outros, por que é que os jogadores não podem fazer o mesmo, considerando que são os atores principais disto tudo?».
Bem mais tranquilo é o ambiente na seleção da Austrália, considerada uma das mais frágeis do Mundial, mas também a primeira estrangeira a aterrar no país. Os socceroos desembarcaram em Curitiba, mas têm como destino final Vitória, no estado de Espírito Santo. No Paraná, a delegação foi recebida por membros do Comité Organizador Local, autoridades locais e a banda da Aeronáutica.

Numa verdadeira odisseia, a equipa iniciou a viagem na noite da última terça-feira, em Sidney, na Austrália, fez escala na Nova Zelândia e Chile antes de desembarcar em Curitiba. No total, a viagem durou cerca de 20 horas. O primeiro treino está marcado para a manhã de quinta-feira, na Arena Unimed Sicoob, em Cariacica.

Antes da estreia no Mundial, a Austrália realiza um amigável com o Paraná Clube e outro com a Croácia. Integra o Grupo B, onde vai defrontar a Holanda, a Espanha e o Chile.