Os cosmos climatéricos alinharam-se em prol da prática do futebol, hoje no Funchal. Após alguma forte chuva, na parte da manhã, São Pedro lá deu tréguas à Pérola do Atlântico, e isso só ajudou para que Marítimo e Belenenses dessem um «show» de bola, nos Barreiros.

Em campo duas situações diferentes, uma equipa em busca das competições europeias, outra em busca de pontos para não descer de divisão, no entanto ambas as equipas entraram com a mesma atitude de vencer.

O Marítimo não podia ter desejado melhor início, logo aos 7 minutos, João Diogo, pela ala direita cruza para o centro da área, e lá, Weeks pára a bola e remata para o 1-0. O guardião inglês, Matt Jones, bem que se esticou mas nada podia fazer. O médio verde-rubro estreou-se a marcar na Liga.

No entanto, os visitantes não baixaram os braços e partiram para cima do prejuízo e, dois minutos depois, numa boa jogada colectiva, Rambé rematou para a figura de Salin, que estava bem atento. Os atletas do Restelo começaram a dominar a partida, tirando proveito dos vários passes falhados dos médios maritimistas. Os alas, João Pedro e Fredy, bem que tentavam empurrar a sua equipa para a frente, mas os seus colegas falhavam sempre na hora da finalização.

Face à supremacia do Belenenses, os insulares pareciam um pouco nervosos, com Salin a ter uma saída em falso e a dar um ‘arrepio na espinha’ dos vários adeptos presentes, o meio campo maritimista continuava a falhar demasiados passes, Danilo Dias bem que se esforçava no corredor direito, mas faltava-lhe um colega na área, etc.

Contudo, numa rápida jogada de contra ataque verde-rubra, pelo centro do terreno, Duarte Machado trava a progressão de Artur, quando este já estava na meia lua. O juiz da partida, João Capela, deu ordem de marcha para o atleta azul, com um vermelho directo, pois Artur seguia isolado para a área. No entanto, pareceu uma decisão exagerada. Foi um rude golpe para os visitantes, aos 45 minutos, pois estavam a dominar o encontro.

Na cobrança do livre, Artur bate a bola de forma exemplar, e o esférico embate na trave e quando desce ultrapassa a linha de golo, igualando a proeza do seu companheiro de equipa e estreando-se na lista de marcador da Liga.

No reatamento da partida esperava-se um Marítimo mais pressionante, pois tinha um jogador a mais, mas tal não se sucedeu. O estilo de jogo insular resumiu-se a bombardear bolas para os flancos, quase na esperança que alguém a alcançasse.

Já o Belenenses, por seu turno, continuou confiante numa possível reviravolta e pressionou para que tal acontecesse, tirando igualmente proveito da falta de coesão dos caseiros. O Marítimo era incapaz de fazer uma transição defesa-meio campo (nem me atrevo a dizer defesa-ataque), pois falhava sempre o passe. Só quando os azuis do Restelo perdiam a bola pelas laterais é que os verde-rubros lá tinham posse de bola.

Após a expulsão de Duarte Machado o jogo perdeu todo o interesse. Assim se pensou. Aos 82 minutos, João Capela quis aparecer uma vez mais em jogo, e deu nova ordem de expulsão, desta feita a João Luiz, que tinha entrado pouco tempo antes. Aos olhos do árbitro uma disputa de bola no ar agora é considerada ‘dura’.

Até ao final do encontro nada de mais a salientar a não ser a falta de capacidade do Marítimo em sair para o ataque (apesar de estar a quatro jogos sem perder), o Belenenses continua a não ideias de como dar a volta à maré de maus resultados, e João Capela continua no seu melhor.