Um duelo renhido com o Real Madrid de José Mourinho é a previsão de Pep Guardiola para a nova temporada, que o Barcelona já começou a preparar. Satisfeito por continuar no comando técnico dos campeões de Espanha, confessa que quer Cesc Fàbregas na Catalunha, dá liberdade de escolha a Ibrahimovic e «proíbe» que se questionem as qualidades de Lionel Messi.

Espanha: Barcelona de volta com várias dúvidas

«O Real Madrid de Pellegrini merecia ganhar a liga, decidiu-se por um detalhe. Temos de voltar a pensar que somos pequeninos para voltarmos a ser grandes. Eles continuam a ser competitivos», afirmou Guardiola na primeira conferência de imprensa de pré-época.

Recordando a já velha rivalidade no capítulo dos investimentos entre Real Madrid e Barcelona, o treinador desvaloriza os cifrões e aposta noutros ingredientes para revalidar o título. «A zeros não lhes podemos ganhar, tentaremos vencer no entusiasmo e por sermos uma equipa que joga bem e que tenta ganhar cada jogo, entrando ao ataque mais que nunca. A liga não será coisa de dois, no ano passado também pensava isso e não foi assim. Continuo a achar que haverá equipas na luta», acrescentou Guardiola.

Depois de se ter cruzado com Mourinho no Barcelona, quando ainda jogava e o português era assistente, primeiro de Bobby Robson, depois de Van Gaal, Guardiola fica contente por poder agora enfrentar «El Especial» no maior rival da equipa catalã. «Tudo o que seja bons treinadores e jogadores é melhor para liga espanhola», justificou o treinador, que, questionado sobre o carácter de Mourinho, só respondeu: «Cada um é como é».

Com pena de perder o ucraniano Dmytro Chygrynskiy, que se transferiu para o Shakhtar Donetsk, Guardiola deixa a porta aberta ao sueco Ibrahimovic. Ciente de que o avançado é uma «referência» na sua equipa, o treinador prefere não pressionar o atleta a ficar no clube e quer que seja o próprio a escolher o melhor para o seu futuro. «Será decisão do jogador. Por respeito, é ele que decide.»

No capítulo sobre reforços, Guardiola também foi claro e disse sem hesitar que quer ver Cesc Fàbregas com a camisola do Barcelona. «Trazer Cesc vai custar muito. Nós queremos que venha, mas se o Arsenal não quer negociar, não virá. Não sei em que ponto estão as negociações, mas sei que o Arsenal o quer e que outros clubes como o Real Madrid também. É um grande jogador», elogiou o técnico.

Mas os elogios de Guardiola não se ficaram por aqui e, mesmo depois de um Mundial sem marcar golos, Messi continua inquestionável. «Não se lhe pode deitar nada em cara. Acho que fez um bom Mundial, melhor que na fase de qualificação. Não sei como acabou o Mundial, suponho que ficou triste porque ele fica afectado com essas coisas. Mas vai recuperar sem problemas. Disse que voltasse das férias quando quisesse», contou o treinador sem esquecer a selecção espanhola, que felicitou pela conquista do Campeonato do Mundo na África do Sul.