Ignacio Beristain, presidente da SAD do Estoril, apresentou-se esta terça-feira em conferência de imprensa, acompanhado pela equipa técnica e todo o plantel, para sair em defesa dos jogadores, depois da polémica invasão de campo em Chaves que ditou a expulsão de dois jogadores da equipa de Vasco Seabra e que permitiu o empate da equipa transmontana depois do jogo ter sido retomado. O presidente confirmou que o clube já avançou com ações legais com o objetivo de impugnar o jogo.

«Agradeço ao presidente do Sindicato de jogadores que ontem fez declarações em que não deixou dúvidas sobre quem foram os agressores e os agredidos. Estes são jogadores que treinam todos os dias para prepararem-se para darem resposta no relvado às situações que colocam os adversários, mas não podemos pedir a estes jogadores que estejam preparados para reagir a ataques surpresa no relvado quando estão a 150 pulsações. Esta não deve ser a lição que os jogadores devem aprender», começou por enunciar.

O dirigente deixou, depois, uma série de perguntas no ar. «O que teria acontecido e algum destes energúmenos que subiu ao relvado tivesse uma faca? O que teria acontecido se mais jogadores do Estoril tivessem reagido, em legítima defesa, e tivessem também sido expulsos? E se o Estoril ficasse sem jogadores para terminar o jogo? Terminaria o jogo? E se fosse o árbitro ou o delegado da Liga a serem agredidos? O jogo continuava? Todos sabemos a resposta, o jogo não devia ter continuado», destacou.

Marcelo Carné e Pedro Álvaro foram os dois jogadores expulsos por terem reagido à investida dos adeptos do Chaves. «Ontem falava com os dois jogadores do nosso plantel que foram expulsos, jogadores que numa situação de pânico reagiram. Disseram, “presidente, deixe-nos falar, por favor, andam a dizer muitas mentiras, queremos dizer a verdade”. Estes jogadores tiveram sempre, sempre, uma conduta exemplar, têm currículos exemplares como desportistas. Nenhum irresponsável pode manchar a imagem destes desportistas. São estas mentiras que podem incentivar os energúmenos  descontrolados como aqueles que saltaram para o relvado em Chaves a praticarem atos de violência», comentou.

A polémica não se ficou pelo relvado. Segundo revela o presidente da SAD estorilista, vários jogadores do plantel têm sido alvo de ameaças. «Alguns dos nossos jogadores estão a receber mensagens muito graves. Estas mensagens já foram postas à disposição da polícia. O Estoril não vai permitir, daqui para a frente, mais ataques aos nossos jogadores. Vamos avançar com ações legais contra qualquer ataque aos nossos jogadores, venha de onde vier o ataque», referiu.

A fechar a conferência, antes das perguntas dos jornalistas, Ignacio Beristain deixou uma mensagem dirigida a todo o futebol português. «Deixo aqui um alerta, estes episódios não podem voltar a acontecer. Precisamos, todos, de ser muito mais contundentes. Não pode haver dúvidas sobre quem tem razão e quem não tem. Os jogadores nunca deviam ser atacados no relvado, mas se estes tristes incidentes voltarem a acontecer, por favor, o jogo deve ser dado como concluído», destacou ainda.

Já na fase de perguntas e respostas, o dirigente confirmou que os advogados da SAD estão já a avançar com uma participação legal junto do Conselho de Disciplina com o objetivo de impugnar o jogo e também confirmou que já conversou sobre o assunto com o presidente da Liga, Pedro Proença.