António Mano Silva interrompeu a greve de fome que durava há nove dias. O presidente do Grupo Desportivo Ericeirense, que se encontra em protesto pela penhora dos bens pessoais por causa de dívidas do clube, deu entrada nas urgências do Hospital São José, em Lisboa, na última madrugada, mas já teve alta.

Segundo disse à Lusa a esposa do presidente do clube, «a greve de fome está suspensa por ordem dos médicos». Lurdes Mano Silva explicou que o presidente do Ericeirense foi sujeito a diversos exames e esteve em observação na última noite.

António Mano Silva não quereria interromper o protesto, mas o seu estado agravou-se, com a descida da tensão arterial, dos índices de glicemia e da quantidade de glóbulos brancos. O estado do fígado também terá preocupado os médicos.

Na terça-feira à noite, o dirigente assistiu à partida de solidariedade a seu favor que foi organizada entre os veteranos do Benfica e os seniores do Ericeirense. Mas a greve de fome têm debilitado progressivamente o dirigente, que depois de ter recebido alta hospitalar irá, sob continuar sob vigilância médica, mas em casa de amigos em Lisboa.

O Ericeirente contraiu dois empréstimos junto da banca em 2001 para financiar as obras do complexo desportivo e a aquisição do terreno para uma superfície comercial com o dirigente a constituir-se como fiador. A falta de pagamento levou a que o tribunal ordenasse a penhora dos bens pessoais de António Mano Silva.

O presidente do Ericeirense, que alinha na Divisão Distrital de Honra de Lisboa, responsabiliza a Câmara Municipal de Mafra e o Governo pelo estado em que se encontra o clube, por este não ter recebido estatuto de utilidade pública e pela demora na emissão de uma autorização para a instação de uma superfície comercial em terrenos anexos ao estádio, que levou o promotor a desisitir do negócio.