«Feridos de guerra». É este o título da crónica do site oficial do Espanhol, relativa à visita da equipa B a Balaguer, em jogo da 3ª divisão. A avaliar pelo relato de Rui Fonte, a escolha de palavras faz todo o sentido. O avançado português dos «periquitos» viu cinco colegas de equipa precisarem de tratamento hospitalar, por força desta verdadeira batalha.

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«Foi muito feio. O ambiente era mau, e o árbitro era muito fraco, desde cedo que se percebeu que ia permitir tudo», conta o internacional sub-21 português, em declarações ao Maisfutebol. «O público fazia muita pressão, pois estavam perto dos jogadores, separados apenas por um ferro, ou por um pequeno muro. Mas tirando a zona onde estava a claque deles, que atirava a bola contra os nossos jogadores, não houve mais problemas», acrescentou.

A violência esteve limitada ao terreno de jogo, com consequências físicas pouco habituais. O caso mais preocupante foi de Joselu, que sofreu uma comoção cerebral. «Ele caiu, raspou com a cara no sintético, e ficou com sangue na pálpebra e na bochecha. Mas o pior é que não se lembrava de nada, não sabia onde estava», conta Fonte, sobre o colega que vai ter de ficar em observação entre 24 e 48 horas.

Molina, por seu lado, fracturou o septo nasal. «Viu-se mesmo o jogador da outra equipa a puxar o cotovelo atrás. O meu colega ficou com a boca e o nariz cheios de sangue, e o árbitro deu só amarelo», relata o jogador luso.

Eric teve também de deixar o jogo mais cedo, devido a uma lesão nas costas, e Sielva sofreu uma contusão abdominal, que ainda originou uma lipotomia (vertigens). Concluído o jogo, e como se não bastasse a derrota por três bolas a uma, apareceu uma quinta lesão. Dinu, o guarda-redes, sofreu um rasgão na zona genital, e também teve de receber tratamento hospitalar.

Tudo isto perante a passividade do árbitro, que só expulsou dois jogadores da equipa da casa já nos instantes finais, e quando tal não se justificava, de acordo com o relato de Rui Fonte. «Tentou compensar, no fim», defende. «Jogar fora é quase sempre mau. Os campos são pequenos e maus. Como a maioria das equipas é daqui da região, querem todas ganhar ao Espanhol, pela dimensão do clube», acrescenta.