Taras Stepanenko, capitão do Shakhtar Donetsk, considerou que os jogadores ucranianos têm um papel importante na defesa da pátria.

«Os nossos soldados lutam nas batalhas e nós lutamos na arena desportiva. Portanto, é esse o nosso dever como cidadãos da Ucrânia», disse Stepanenko na antevisão ao jogo com o FC Porto, esta terça-feira, em Hamburgo, devido à invasão da Rússia.

O médio de 33 anos revelou que os futebolistas têm recebido muitas mensagens de soldados na frente de batalha, o que aumenta a responsabilidade na sua missão em campo.

«Quando empatámos com a Inglaterra [jogo da seleção no dia 09 de setembro], recebi muitas mensagens dos soldados. Assistiram ao jogo no campo de batalha próximo à área onde agora a situação está mais difícil, quando tinham oportunidade para o fazer. Para eles é como uma libertação da situação atual», contou.

Stepanenko lembrou que os atletas, ao contrário dos soldados, «estão em boas condições, a jogar futebol».

Pela segunda época consecutiva, os jogos do Shakhtar são fora da Ucrânia. No ano passado, a equipa jogou na Polónia e agora vai competir na Alemanha.

Os ucranianos, de resto, demoraram mais tempo do que o FC Porto a chegar ao estádio, cerca de 10 horas. Uma vez que os aeroportos estão fechados, a equipa foi de autocarro até à fronteira, onde passou cerca de três horas e, já na Polónia, voou para Hamburgo.

«Nunca se sabe o que vai acontecer nas fronteiras. Mesmo no campeonato nacional, há muitas viagens envolvidas para jogos fora de casa. Atualmente, o normal é passarmos muitas horas em autocarros», sublinhou o treinador, Patrick van Leeuwen.

Refira-se que o Shakhtar já vive deslocado de Donetsk há quase 10 anos, desde que em 2014 a cidade passou a ser controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia.

O Shakhtar-FC Porto, da primeira jornada do Grupo H da Liga dos Campeões, está marcado para as 20h00 desta terça-feira.