Este é provavelmente o dia mais triste e grave da história do Boavista, um clube centenário em risco de desmoronamento.
Numa altura delicada, é necessário algum respeito pelo clube. Mas nenhum por quem o conduziu a esta situação.
Por esta altura, nem mesmo o menos perspicaz dos adeptos do Boavista tem dúvidas: Valentim e João Loureiro são os responsáveis pelo que se passa no Bessa.
A situação financeira é sobretudo uma herança de João. Os processos «apito dourado» e «apito final» são reflexo da acção de pai e filho.
Até pode ser que o Conselho de Justiça anule a descida de divisão. Mas a imagem do Boavista sai de tudo isto tão abalada que só por milagre o clube sobreviverá.
Sem direcção, sem administração da SAD, a contas com dívidas e incapaz de pagar aos seus jogadores, por estes dias resta ao Boavista acreditar que os adeptos encontrarão a luz. Eles que durante anos fecharam os olhos às evidências. Só a cegueira clubística levada ao extremo os poderá convencer de que a razão está do lado de quem os dirigiu durante décadas.
P.S.: A edição online do jornal «Expresso» revelou esta sexta-feira passagens do longo processo da Comissão Disciplinar. Demora cerca de duas horas a ler, mas vale a pena.